quinta-feira, 21 de julho de 2011


Olho a chuva, batendo ruidosamente na minha janela, á espera de uma esperança. Talvez seja hoje o dia, o dia em que tudo
fique bem, em que ninguém sofra desilusões, em que ninguém passe fome, em que ninguém passe o dia ao relento, sentindo
as gotas frias batendo no corpo, e, ao mesmo tempo sentindo também a fervura das lágrimas escorrendo pela face.
Esse dia, infelizmente demorará a chegar, a injustiça é o lema da vida, não só, mas também. Todavia iremos aprender a conviver
com isso. Gostava que isso não acontecesse, mas não posso mudar o mundo, por isso simplesmente desabafo numa folha de rascunho,
com uma letra simples, mas sincera. O mundo não muda, a injustiça mantém-se.

terça-feira, 14 de junho de 2011



Não existe comparação. Não consigo comparar qualquer amizade e cumplicidade com a que tenho contigo. Não existe mais ninguém que consiga reconfortar-me com as mesmas palavras, ou com os mesmos sentimentos que me transmites.
Amigos? Existem muito poucos. Melhores amigos? São raros, por isso, precisamos de conservá-los. Precisamos de arranjar um bom esconderijo no nosso coração, para que eles nunca mais saiam de lá. E tu? Tu és uma dessas pessoas. Aliás, tu és a mais importante, aquela em quem eu vou sempre confiar, aquela que vai sempre permanecer na minha mente e no meu coração. Aquela que eu nunca irei de deixar de preocupar-me. Aquela que eu sei quando está triste, só pelo olhar, um pequeno gesto que transmite mil e uma emoções.
Contigo, aprendi a ser forte, aprendi que na vida, nem tudo é colorido, aprendi a sorrir nas piores situações. Recebi os melhores miminhos vindos de ti, pequenos gestos que demonstraram a nossa verdadeira amizade, pormenores que tiveram um grande significado. Aprendi a resolver os conflitos com uma conversa sincera, terminando com um sorriso. Brinquei contigo, chorei contigo, sorri contigo, atravessei bons e maus momentos contigo. Cresci contigo.
Mostraste-me que uma verdadeira amizade se pode manter á distância, apesar de todas as divergências, conseguimos atravessar todos os obstáculos que passaram e continuam a passar, mesmo assim, por nós, mas que nos torna mais fortes e ajudam-nos a aprender com os erros que cometemos.
Por isso, agradecer-te seria um gesto ingrato, pois já fizeste muito, muito mesmo por mim. Vou sim, agradecer-te por tudo o que já fizeste por mim, retribuindo todos os dias, com pequenos gestos que marcam a diferença. Vou dar-te muitos miminhos e vou dizer-te todos os dias que foste, és e serás a minha melhor amiga, para toda a vida. Vamos continuar a ser teimosas, a insultar-nos mutuamente e a discutir por coisas insignificantes, como sempre. Mas é assim que funcionamos, aturamo-nos uma á outra e aceitamos como cada uma é. Somos sinceras e acreditamos uma na outra, sem quaisqueres dúvidas.
Quero que sejas feliz e vou fazer de tudo para contribuir para que tal aconteça.
Adoro-te, melhor amiga. ♥

domingo, 10 de abril de 2011


Desligo a televisão. Dirijo-me para o meu quarto e abro a gaveta. A chamada gaveta das recordações, para ser um pouco mais precisa. Lá, encontro várias marcas do meu passado. Algumas que me fazem relembrar momentos que gosto de recordar, outras nem por isso. Existem fotografias da minha infância, da minha pré-adolescência e algumas fotografias recentes. Outra coisa que se fez destacar, também, foi um grande búzio; pertencia ao meu avô. Eu decidi guardá-lo, quando este partiu. Para um mundo melhor, espero eu. Mas o que eu desejava mesmo, era uma pequena caixa onde guardava as minhas principais memórias. Peguei na dita caixa o mais cuidadosamente possível e, abri-a. De lá, tirei um pequeno envelope branco, que nunca tivera coragem de abrir. Manti-o nas minhas mãos, como se fosse a coisa mais valiosa do mundo. Fixei-o com o olhar, pensando se seria o momento certo de a abrir. Sim ou não. A decisão estava tomada. Rasguei cuidadosamente o envelope, querendo que ele se mantivesse o mais preservado possível. Tirei um pequeno papel de lá de dentro, que continha um pequeno texto:


“Não precisamos de saudações. Já sabes porque te escrevo, já sabes o porquê de eu me ir embora. Sabes? Não é isto que quero. De todo. Mas é o melhor para mim, para nós os dois. Sabes bem que detesto despedidas, quero que, quando te lembres de mim, de nós, quero que te lembres daqueles olhares cúmplices, aqueles pequenos gestos e palavras. Não quero que te lembres de uma despedida. Eu vou estar sempre aqui, para ti. Principalmente, no teu coração. Nunca me esqueças, é a única coisa que te peço. Até sempre.”


Um pequeno impulso, deu-se uma explosão de sentimentos. Eu não queria. Mas a minha face foi invadida por lágrimas. De raiva, saudade e desgosto. Eu pensei que não passavam de pequenas palavras ditas na altura, um desabafo momentâneo. Não existia qualquer palavra capaz de descrever aquilo que eu estava a sentir, naquele momento. Remexi, novamente, aquela pequena caixa, até encontrar uma fotografia, um tanto ou quanto recente. E lá estávamos nós, o nosso olhar cúmplice e aquele sorriso que eu sempre tinha quando estava contigo. As saudades invadiram os meus pensamentos. Peguei na fotografia e naquela pequena carta e dirigi-me para o jardim. Peguei no isqueiro e queimei a fotografia, aquela em que parecia que iríamos durar para sempre. Esta queimou-se aos poucos, até desaparecer completamente. Foi a vez da pequena carta, com tanto sentimento, desapareceu também. Restaram apenas pequenos pedaços de cinza. Todas as memórias que tinha sobre ele, foram apagadas. Menos as do coração, que iriam permanecer. Para sempre.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Em busca de um sonho



“Caminhei junto ao mar, deixando leves pegadas na areia húmida, pegadas que se apagavam quando o mar as alcançava, pegadas esquecidas, sem rumo, apagadas da história. Uma grande história, ainda por contar.
A linha do horizonte era tão definida, tão perfeita. Gostaria realmente de ver para lá daquela linha infinita. Aquela linha que alguns diziam ser imaginária. Mas, afinal, tudo o que se vê, existe. Certo?”
Sara tinha sido abandonada à nascença. Os seus olhos azuis profundos, faziam lembrar o oceano, e a grande linha por de trás dele. Os seus olhos expressavam seriedade, tristeza e desilusão. Mas nada nem ninguém poderia mudar o passado. Só mesmo quem tivesse passado pelo mesmo, sabia como Sara se sentia.
Esta era forte, independente e tinha uma grande vontade de viver a vida ao máximo, de descobrir algo mais. O seu cabelo cor-de-mel, dançava com o vento, uma brisa que embelezava o seu cabelo ondulado e um pouco selvagem.
Deixou o longo caminho e, por fim, sentou-se. Deslumbrando o mar, relembrando-se do quão mágico ele era. Tão único, calmo e insubstituível. Uma onda alcançou-a e Sarah afastou-se, temendo. Nunca ninguém a tivera protegido, sempre a tiveram abandonado, em todos os momentos (dolorosos ou vitoriosos, bons ou maus). Sara sempre fora uma criança sozinha, sem amigos ou família. Nunca confiara em ninguém, com medo de se magoar. Não havia qualquer perdão para aquilo que lhe tinham feito, logo quando acabara de nascer, logo na altura em que precisava de alguém que lhe mostrasse o mundo, que a ensinasse a viver e a distinguir as coisas boas, das más. Sempre vira todas as crianças da cidade com os seus respectivos pais, que lhes davam tudo o que queriam, e mesmo assim, faziam birras a toda a hora. Eram mimados. Haveria algo pior que isto?
A escuridão aproximava-se, a lua espreitou o céu, esperando a sua vez, para ocupar o lugar do sol, que estava prestes a tocar na linha do horizonte, originando o pôr-do-sol. Quem não gostava de deslumbrar tão perfeito acontecimento? No céu, as cores variavam entre o azul claro e o laranja escuro.
As forças eram poucas. Apesar de Sara ser uma rapariga de uma forte personalidade, não iria conseguir enfrentar todos os seus medos, todas as incertezas e desilusões.
Sara não precisava de ninguém, sempre vivera sozinha, sempre aprendera tudo sem a ajuda de ninguém. Todas as suas decisões sempre foram tomadas por ela.
Caminhou novamente até ao mar e decidiu enfrentá-lo. Decidiu que, apartir daquele momento, iria enfrentar todos os seus medos. As ondas iam contra Sara, fazendo-a ficar sem força. Mas isso não a impediu de continuar. Sentiu as suas roupas a molharem-se aos poucos, até ficarem completamente encharcadas. O seu cabelo também ficou completamente encharcado. As ondas continuavam a bater contra Sara, como que quisessem mostrar a sua força.
Os seus pés já não tocavam na areia. A única solução, era nadar. Nadar até ficar sem forças.
Sara não desistia de continuar, até que ficou sem fôlego. As suas pernas também não iriam aguentar muito mais tempo. A única solução que agora lhe restava, era deixar-se levar. Talvez quando acordasse, chegasse ao destino pretendido. O horizonte, passar para lá dele.
Deixou-se, então levar. O seu corpo afundou e perdeu os sentidos. Afinal, não fazia falta no mundo. E a sua vida acabava enquanto tentava realizar o seu sonho. Não precisava de roubar histórias a ninguém, tinha a sua própria história. Nem às estrelas.

sábado, 5 de fevereiro de 2011


Ainda tinha a esperança que viesses ter comigo e que não me tivesses ignorado. Ali estava eu, sentada diante de todas aquelas pessoas que esperavam o metro chegar, olhei para o relógio e vi que já tinha passado meia hora, estava prestes a desistir e ir embora, até que o meu telemóvel vibrou. Era uma mensagem tua: "Desculpa, não vou poder ir ter contigo." o meu coração batia descompassadamente, senti uma pequena lágrima, escorregando pela minha face rosada, mas depressa limpei-a e decidi que não iria mais chorar mais por ti, simplesmente porque não merecias. De certeza que eu iria arranjar o meu principe encantado, ou simplesmente alguém que não me ignorasse e algumas vezes fizesse conta que eu não existia, e que em vez de me dar razões para chorar, daria razões para sorrir, 24 horas por dia, principalmente que não me trocasse por qualquer outra pessoa, e que soubesse dar valor aos meus sentimentos.
Ás vezes ficava á espera de uma chamada, ou de uma mensagem tua, qualquer coisa que me desse a certeza que te lembravas de mim todos os dias, por vezes passavas por mim e nem me dirigias a palavra, outras vezes parecia que mudavas de opinião, ou que simplesmente querias brincar comigo e com os meus sentimentos.
Então, depois de ter pensado bem que não valia a pena pensar mais em ti, levantei-me e caminhei, com ar decidido. A minha vida iria mudar, apartir daquele momento.
Levantei-me, com o habitual barulho do despertador, o sol batia e fazia com que eu ficasse com mais energia. Lá fora, haviam pequenos pássaros a chilrrear, voavam por toda a parte. Um pequeno sorriso abriu-se nos meus lábios. Desde pequena, gostava de me levantar cedo para apreciar a natureza, todos os problemas desapareciam, por um instante, mas depressa voltavam, cortando-me a respiração.
Peguei nas chaves de casa e fui-me embora, simplesmente não tinha destino, só sabia que ir apanhar ar.
Pedalei e fui dar á praia, o meu refúgio. O sol batia na areia, fazendo-a ficar ainda mais dourada, fazia-me lembrar cada pedacinho do meu coração despedaçado por ti , e o mar calmo e, outras vezes bravo, representava o meu estado de espirito.
Haviam vezes em que me acarinhavas, haviam outras vezes que nem um olhar me lançavas; haviam palavras esquecidas num dia brilhante de sol, palavras perdidas num dia chuvoso; dias em que eu era só tua, dias em que me partilhavas com outras vinte. Foi por isso que eu não queria mais sofrer, num mundo irreal, aquele em que tu não me amavas, aquele em que a única coisa que querias era aproveitares-te de mim. Este pensamento invadiu a minha cabeça, e fez-me pensar que já não valia a pena lutar mais por ti, não valia a pena sofrer por um amor que era impossível.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011


São páginas da vida, aquelas que nunca esquecemos, que relembramos a todo o momento. As que evitamos relembrar, as menos boas. Mas são momentos, recordações, são provas de que o passado valeu a pena, de que realmente algo aconteceu.
Mas tudo muda, todos nós temos de virar a página, e de escrever um novo capítulo da nossa vida, afinal acontece a todos, é o ciclo da vida.
Em todos esses capitulos, existem erros, corrigidos ou por corrigir, mas a vida é escrita a caneta e não nos permite corrigi-los. Os segundos, minutos, horas passam tão rápido e velozmente como o vento, que levam tudo. É tão dificil explicar como tudo acontece, por vezes quando não existem razões, quando não existe explicação para o sucedido, temos de tentar entender, tentar descobrir o porquê...
Desde que partiste, vejo o mundo de uma forma diferente, aprendi a valorizar as coisas, a aproveitá-las enquanto duram. Aprendi que nem todos têm tanta sorte quanto eu, aprendi que tenho que ser um pouco mais paciente com as pessoas que se preocupam comigo. Cresci.
São frequentes as vezes em que estás presente nos meus sonhos. consistem no teu regresso, na tua presença, no facto de ainda estares presente, no meu dia-a-dia.
E é por isso que ainda não entendo, porque a cada dia que passa, sinto mais a tua falta.
Obrigada por tudo. Até JÁ.

domingo, 23 de janeiro de 2011


Sinto-me presa, não sei onde estou. Quero sair daqui, tento nadar, mas em todas as direcções que existem, vejo sempre o mesmo. O céu e o mar. Tento aguentar-me, os meus pés continuam a movimentar-se, a minha respiração é ofegante, estou muito cansada. Não vou aguentar. Vou parar de movimentar os meus pés, vou-me deixar levar pela corrente. Vou afogar-me e acabar por me render. É isso.
Páro de movimentar os pés, sinto por uns segundos, uma sensação incrivel de alívio. O meu corpo afunda-se, tudo aquilo que agora vejo é um azul infinito. Os meus olhos ardem de tanto salgado que o mar é. Sinto uma necessidade grande de oxigénio. O meu coração abranda aos poucos. O meu corpo é levado pela corrente. É o fim. Ao menos, não poderei sofrer mais. Vou para um lugar melhor, um lugar muito longe daqui. Talvez nesse lugar, eu possa ser feliz.